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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

OS CRIMES DA IGREJA CATÓLICA - RESUMO E PEQUENA AMOSTRA DA SANTIDADE



Poucas instituições no mundo ao longo da história são responsáveis por tantos crimes e acobertamentos de crimes como a Santa Igreja Católica. O farto cardápio inclui desde mortes na fogueira a pedofilia. Para o imaginário popular, a Igreja é imaculada e se situa num patamar de santidade, portanto, imune aos pecados temporais. Isso se deve em parte à imagem que a instituição forjou ao longo dos tempos, algumas vezes cobrando preço de sangue e traumas irrecuperáveis.
Vamos aos fatos. Com a invenção das famigeradas cruzadas, os cavaleiros da fé saquearam, torturaram e mataram milhares de seres humanos. Eliminaram os homens do mau para impor a Santa Verdade. Em 1099, por exemplo, ao entrar em Jerusalém para expulsar os muçulmanos, os líderes da cruzada, massacraram 70 mil pessoas. O rei Luiz, da França, tido como um santo católico tinha uma prática mais sutil: levava os blasfemadores a pelourinhos e os matava com ferros em brasas, que transpassavam suas línguas. Segundo ele, esses não voltariam a blasfemar.
Em 1231, a Igreja fundou a sua máquina de extermínio: a Santa Inquisição. Por ela passaram quase 1 milhão de pessoas, essencialmente hereges, judeus, muçulmanos e “bruxos”. Precursor de Hitler, o religioso Diego Rodrigues Lucero queimou vivos 107 judeus convertidos ao cristianismo. Isso sem falar na cobrança de indulgências, loteamento do céu e aplicação de preços monetários para que os fiéis chegassem ao Paraíso. Tudo em nome de Deus.
Na Idade Média, a Igreja havia proibido que mulheres cantassem no coral das igrejas. Para não ficar sem as necessárias vozes sopranos, os representantes de Deus encontraram uma solução ungida: castrar jovens meninos cuja voz tenha sido considerada bela. Assim, nos corais da Santa Igreja não faltariam nunca os sopranos e contraltos.
Mas não é só sob o manto do passado que se esconde a ficha criminal da Santa Sé. Adaptada ao presente, o único senão é a proibição de mandar gente para a fogueira. Duas modalidades veneradas por padres atualmente são a pedofilia e o abuso sexual de mulheres. Só nos Estados Unidos, recentemente foi constatado que 1,2 mil sacerdotes teriam abusado de mais de 4 mil crianças. O lamaçal que envolveu 161 dioceses, desmoronou algumas delas, que tiveram que ser fechadas para pagar indenizações às vítimas. O abuso à mulheres também é comum nas paróquias mundiais. A socióloga da religião, Regina Soares Juskewicz lançou um pouco de luz nas trevas paroquiais. Num aprofundado estudo, ela analisou 21 casos de abusos dessa natureza e constatou que a prioridade da Igreja nesse tipo de crime é acobertá-lo a qualquer custo. Há até um decálogo que ensina os líderes a agir em face de abusos sexuais envolvendo padres. Nele inclui subornar a vítima em troca do silêncio, desqualificação pública da vítima e exaltação das qualidades do agressor, como bom prestador de serviços à comunidade. No último mandamento, a Igreja se posiciona do lado do agressor e faz todos os esforços para que o crime seja jogado no mar do esquecimento.
A Igreja não se importa de conviver com um rosário de pecados. O importante é não gerar escândalo. Em outras palavras: peque, mas esconda a sete chaves. O problema é que abuso de mulheres e crianças não é simplesmente pecado contra as leis divinas. É crime, sujeito a punição terrena, que inclui prisão e indenização da vítima.
Ainda vivo João Paulo II pediu perdão pelos “erros” da Igreja Católica ao longo dos tempos. Pronto. Num ato, a Santa Sé se redimiu para sempre com os milhões de injustiçados em séculos de história.

Anderson Alcântara
Publicado no Recanto das Letras em 06/12/2008

PEDOFILIA DENTRO DA IGREJA CATÓLICA


(O VÍDEO CITADO A SEGUIR NÃO PODE SER MAIS VISTO POR PRESSÃO FEITA PELA IGREJA CATÓLICA).


Se você entende inglês falado ou está disposto a fazer o esforço de ler legendas em italiano, não deixe de investir 39 minutos para assistir este estarrecedor documentário intitulado “Sex crimes and the Vatican”. O documentário é produto de extensa investigação da BBC que demonstra:
1. que a prática da pedofilia e do abuso de menores é global na Igreja Católica.
2. que mesmo nos casos de réus confessos, como o padre Oliver O´Grady (que aparece no documentário simulando a sedução de um menor), a atitude da Igreja Católica foi sempre a de esconder os culpados, trasladando-os de paróquia em paróquia com o objetivo de abafar os escândalos.
3. que uma série de casos de traslado de padres coincidem com o estouro de denúncias de pedofilia e abuso sexual.
4. que a Igreja chegou a compor um manual que ensinava como esconder os pedófilos e desqualificar as vítimas. O autor do manual? Cardeal Joseph Ratzinger, o atual papa.
5. que a prática da pedofilia inclui não só a Europa e os EUA (onde mais de 4.500 denúncias já foram feitas), mas também o Brasil, como mostra o caso detalhado no documentário, ocorrido no interior de Goiás.
6. que um secretíssimo documento interno da Igreja, produzido já em 1962, orientava os bispos a impor silêncio às vítimas que denunciassem casos de estupros cometidos por padres contra crianças.